A crise de Peter Parker

23:47:00




Estava me arrumando para sair e, como de costume, a televisão na sala estava ligada enquanto minha mãe oscilava entre dormir e assistir. Quem me conhece, sabe que o que menos faço/gosto atualmente é ficar em frente à TV, então não parei nesse dia, mas levei um espelho para sala e, enquanto arrumava os cabelos, conseguia assistir alguns trechos do filme Homem-Aranha 2. Já devo ter assistido umas 5 vezes ou mais, mas só dessa vez notei uma lição de vida. Ah, estou falando da primeira trilogia, pois não assisti o atual e não superei o fato de não ver o Tobey Maguire como protagonista u.u

Aqui entre nós, Peter é um dos super-heróis mais humanos de todos: tem de salvar Nova York, ser um bom estudante e ainda conseguir pagar as contas no final do mês, pois seus pais morreram e não deixaram uma herança bilionária, tal como nosso coleguinha Batman, por exemplo. Nesse filme da saga, ele começa a enfrentar problemas pois suas notas estavam caindo, havia perdido a mulher amada, não conseguia cumprir os compromissos etc. Todos começaram a pressioná-lo, e com tudo indo por água abaixo, ele começou a sentir de forma mais intensa o peso da tão grande responsabilidade que Tio Ben havia lhe dito antes de morrer e isso começou a afetar diretamente na utilização de seus super-poderes. Foi gradual, primeiro a teia, depois a capacidade de subir paredes, pular grandes distâncias, volta da miopia... Foi ao médico e os exames não acusaram nada. O problema dele estava além do físico. Era emocional.  Ele estava em uma crise: ser o homem-aranha ou  ser Peter Parker? Por fim, ele desistiu, pois não queria mais ter de abrir mão de sua vida em função de outras.  

No início, ele conseguiu voltar à ter uma vida normal. Estudar mais, assistir à apresentação de Mary Jane, visitar tia May... Mas, bastou ele salvar uma menina em um incêndio e logo depois saber que outra pessoa não teve a mesma sorte, para ele começar a recobrar a consciência de que havia mais em jogo do que seus próprios desejos.

Comecei a pensar que somos assim também. Às vezes estamos vivendo uma situação tão desgastante que acabamos perdendo a habilidade de fazer bem aquilo que temos como dom. Quem leciona, já não sabe ensinar mais, quem canta já sofre por alcançar uma nota mais alta ou mais baixa, quem é designer não consegue mais ter criatividade ou prazer no que faz. Sim, estou falando de mim, pessoa que já escreveu nesse blog sobre o amor que tem por essa profissão. Já cheguei num ponto em que eu quis dizer: CHEGA, VOU VIVER NA PRAIA E VENDER AS COISAS QUE A NATUREZA DÁ rs

Tal como Peter no filme, que precisou entender que outros dependiam dele e que ele precisava sim aceitar isso e fazer o melhor, eu busquei aceitar a situação que estava me incomodando. Não dizendo: "hey bonitinha, pode ficar, se instale bem aí", mas, deixando de dramatizar mais que o necessário. Eu estava tão atordoada que não tinha um plano concreto para o futuro. Sai atirando para todas as opções disponíveis à minha frente e, hoje dou graças à Deus, por elas terem desmoronado à minha frente. 

Outro fato que fez Peter abrir os olhos, foi quando Tia May e um garotinho disseram o quão importante o Homem-Aranha era para a cidade e para algumas crianças. Isso me lembrou também da importância de ter alguém que nos faça pensar. Não apenas escute e diga "isso vai passar" ou "você está fazendo drama", mas que nos questione o porquê de nossas escolhas e que nos faça pensar conscientemente em nossas decisões. Por sorte eu tive duas pessoas importantíssimas nesse processo, que me ouviram e depois me fizeram ir além do "eu quero porque acho que quero". Talvez seja o que você, que passa por alguma crise semelhante necessita. Eu achava que precisava de terapia, quando na verdade eu só necessitava me abrir para um amigo (nesse caso, dois), sem barreiras, sem medo de ser julgada.

Ok, sou formada em Design e não Psicologia, contudo, o que busco através desse singelo texto, é deixar registrada a minha experiência. Espero que ela de alguma forma ajude a você a encontrar uma saída, da mesma forma que eu encontrei.

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2 comentários

  1. Já passei por algo parecido tbm Pri..e quando me abri para os amigos certos ,sem medo de julgada,tdo melhorou..vale dizer que foi dificil p mim,e ainda é,pq smp guardei td p mim,mostrar minhas fraquezas,dzr sou tão imperfeita qd eles me fez ver o qt eu precisava fzr isso mais vzs ..rs
    Bom,bjão ! Vc é ótima smp Pri !

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    Respostas
    1. Quando falamos, a gente acaba tendo uma visão mais clara do que nos pensamentos. Faz muito bem conversar. Tenho um amigo que diz que a resposta do nossos problemas está com o irmão ao lado. Eu acredito muito nisso!!

      Beijos!

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