Divagações de busu #1

00:52:00


É sexta-feira, 23h da noite e estou voltando de ônibus para casa sozinha. Temos aí muitas novidades:

1. Estou sozinha numa sexta
2. Estou sozinha a noite. E é bem tarde, são VINTE E TRÊS HORAS. ok
3. Estou em transporte público à essa hora da noite. 
4. Eu já disse que estou sozinha?

Seria um dia uma noite comum, se eu não tivesse me adaptando à essa nova rotina de ter transporte coletivo disponível para ir para casa o tempo todo, mesmo que estes estejam a depender do horário, abarrotados de gente. 

Foi a primeira noite, em quase um mês que estou na terra da garoa, que me vi sozinha no metrô/ônibus. E estar sozinha em transporte público com um celular que não te permite ficar alienada às redes sociais e ainda por cima, com a TPM dando às caras, é um convite à nostalgia.

Minha cabeça doí muito, e eu poderia ter dormido, afinal o caminho ainda seria longo, mas resolvi apreciar a vista. É incrível viver em uma cidade que parece não parar. Tem muita gente nos pontos de ônibus, de todos os tipos, cores e estilos. E por falar em estilo, cara como eu gosto da forma que muitos aqui se vestem! Quando vejo alguém com o estilo tão alternativo quanto o meu, me sinto em casa hahahaha. Cabelo azul? Mano aqui tem rosa, roxo, raspado do lado, dread, box braids... (sim, tô pegando as gírias de novo, vey, ops)

Agora não tem o trânsito caótico que me fez chegar atrasada na faculdade, mesmo saindo com quase 4h de antecedência, então estou mais calma. Sim, por que pela primeira vez desde que cheguei eu fiquei irritada com o trânsito louco daqui. Mas, em defesa dessa cidade que eu amo, digo que consegui chegar no horário porque havia uma rota alternativa de trem. Mas enfim, estou nuns dias de TPM, sinto 70 vezes mais. É, como eu disse para uma amiga, e em breve escreverei por aqui, a TPM me faz mais humana, leia-se mais chata, resmungona e estressada também.

Cheguei no ponto de parada e são quase 00:00, primo está me esperando, porque o namorado insiste que o bairro é muito perigoso para uma mocinha como eu ir sozinha até em casa. Estou extremamente cansada, contudo feliz. Enfim estou vivendo as coisas que tanto almejei e nem as dificuldades conseguem me impedir (ao menos por muito tempo) de ver o quanto tudo isso é bom.

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